Eleição de João Pessoa 1: previsão é de inédita pulverização dos votos, no primeiro turno

Sérgio Botêlho - Birô de Imprensa

Certamente, há uma equação, na esquerda, ainda a ser resolvida na disputa pela Prefeitura de João Pessoa - com o primeiro turno marcado para 15 de novembro próximo -, o que deverá acontecer até amanhã, quarta-feira, 16.

As incertezas sobre a posição de Ricardo Coutinho parecem ter paralisado a iniciativa do PT e do PCdoB, que lançaram, respectivamente, o deputado estadual Anísio Maia, como candidato a prefeito, e Percival Henriques, para vice. Sendo assim, agora deram um tempo até o posicionamento definitivo do mais recente ex-governador.

Contudo, seja lá como essa equação venha a ser resolvida, a prova eleitoral pela sucessão do prefeito Luciano Cartaxo (PV) tende a ser de resultado mais pulverizado, em um primeiro turno, de que se tem notícia na história política pessoense.

Uma das candidaturas é a do deputado federal Ruy Carneiro (PSDB), que tem como vice José Gadelha (PSC). Ruy tem militância política forte em João Pessoa, além de ser patrocinado nacionalmente pelo PSDB ainda poderoso, apesar de reveses e processos, já que detém 3 governos estaduais, entre os quais o do Estado de São Paulo (cujo governador é pré-candidato à Presidência da República, em 2022) e do Rio Grande do Sul.

Os outros três candidatos já praticamente acertados são potencialmente fortes e vão ajudar muito na divisão do eleitorado pessoense. Falo de Nilvan Ferreira (MDB), Edilma Freire (PV) e Cícero Lucena (PP).

Nilvan entra no jogo com o cacife pessoal amealhado em sua pregressa atividade radiofônica. Tem como vice o Major Bezerra (PRTB), não tão conhecido na política pessoense, porém ungido pelo bolsonarismo, que anda em alta. Sem dúvida, Nilvan será o candidato do governo federal, um apoio importante.

Edilma Freire, além de cunhada do prefeito Luciano Cartaxo, e de passagem pelo seu (do prefeito) secretariado, não tem maior credenciamento político pessoal na política de Jampa. 

Vai ter como vice outra figura ainda não provada na lide política: Mariana Feliciano (PDT). No entanto, filha da vice-governadora Lígia Feliciano e do deputado federal Damião Feliciano, ambos do PDT. Estes, bem curtidos na política estadual. 

Desse jeito, as duas terão cravada uma cunha de bom tamanho na estrutura do governo estadual. Além disso, apoiadas pela máquina municipal e por um prefeito bem avaliado pelo pessoense. Não são escoras desprezíveis. Muito pelo contrário.

Por fim, entre os candidatos virtualmente certos na disputa, aparece o ex-prefeito Cícero Lucena (PP), que guarda em casa, ainda, os distintivos de ex-governador do estado e de ex-senador da República. Convém lembrar que, apesar dos percalços, Cícero deixou a prefeitura da capital paraibana, e, também, o governo do estado, bem avaliado, após dois mandatos.

Caso o PSB venha a lançar o nome do ex-governador Ricardo Coutinho, a peleja será ainda mais ferrenha, tendo em vista as passagens bem avaliadas dele (Coutinho) tanto pelo governo estadual quanto pela prefeitura pessoense. 

O grande teste para o socialista, caso seja mesmo candidato, será o de comprovar se a sua popularidade, em João Pessoa, continua com o mesmo gigantismo que já teve um dia, depois das ruidosas ocorrências judiciais e policiais que lhe atingiram. Sem dimensão, porém, de lhe privar totalmente da condição de forte candidato. 

Portanto, nada do que ainda não está previsto, em termos de candidaturas, será capaz de tirar, da eleição municipal de João Pessoa, neste ano, a previsão de incomum pulverização dos votos, no primeiro turno, onde qualquer um pode seguir para o segundo. 

Somente ali, na segunda volta, por conseguinte, é que o pleito será decidido. Muito provavelmente, obedecendo a uma lógica completamente diversa da que vingou na primeira parte da disputa. 


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